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I Hate Valentine’s Day
Amor não é sentir frio na barriga: isso é sair de babylook no inverno. Amor é outra coisa.
Amor não é estar confuso sobre várias coisas: isso é estar bêbado. Amor é outra coisa.
Amor não é só poder ver uma pessoa: isso é ter miopia. Amor é outra coisa.
Amor não é sempre ter alguém ao seu lado: isso é ter um irmão siamês. Amor é outra coisa.
Amor não é se sentir a pessoa mais especial do mundo: isso é ser egocêntrico. Amor é outra coisa.
Amor não é se declarar a alguém: isso é pagar o imposto de renda. Amor é outra coisa.
Amor não é transformar o impossível no possível: isso é sobreviver com um salário mínimo. Amor é outra coisa.
Amor não é fazer coisas que os outros não entendem: isso é ser um idiota. Amor é outra coisa.
Amor não é fogo que arde sem se ver, nem ferida que dói e não se sente (http://migre.me/R6sU): isso é passar remédio em um machucado. Amor é outra coisa.
Amor não é fazer provas incompreensíveis: isso é estar no colégio. Amor é outra coisa.
Amor não é passar o resto da sua vida com a mesma pessoa: isso é estar na prisão perpétua. Amor é outra coisa.
Amor não é escrever um blog: isso é ser um total desocupado. Amor é outra coisa.
Ironia
Me formei na faculdade de ironia, e com deméritos.
Primeiro foi o vestibular. Mandei muitíssimo bem em todas as questões de sarcasmo, mas tomei bomba em retórica. Quem não entende retórica? Mas o que me levou ao primeiro lugar, afinal, foi minha redação. Melhor, o título da minha redação: “De Irã a Platão, do irônico ao platônico.” Não me perguntem o que isso significa, só posso afirmar que foi livremente inspirado em uma letra de funk enquanto estudava. Irônico, não?
Depois foi a faculdade. Os professores eram umas figuras. De linguagem.
O professor de humor afiado, o Sr. Cortês, foi o mais marcante. Sua língua era uma lâmina, e parecia sempre ter uma farpa para soltar. Seu cabelo, curtinho. Por ironia – não esqueçam, estava justamente na faculdade dela – foi demitido um ano após o meu ingresso. Motivo: corte de verbas.
Sr. Brown, o lecionador de humor negro, se destacava. Por ser o único professor negro, e também por ter sempre uma tirada a mão. Ou uma garota atirada na mão, ou uma tirando a mão. Infelizmente, também foi despedido. Motivo: racismo.
Já sobre a Sra. Carla Alho, professora de humor rápido, nem vou falar; ela era uma piada pronta.
Meu trabalho final foi sobre um assunto polêmico: “Galvão Bueno, ironia finíssima ou burrice infinita?”. Fui o único da minha turma a ganhar a nota máxima: RT.
Estagio, atualmente, na maior consumidora de profissionais das áreas irônicas do país: funcionário público. Surpreso? Espera o que, publicidade?
O emprego? Uma piada. O salário? Hilário.
Ah sim, não falei da formatura. Todos os outros salões não deram certo, então foi num zoológico, uma zebra. E é óbvio que a festa foi um mico. Como eu fiquei? Uma fera.
Quanto ao que está por vir eu não sei. Meu futuro é uma indireta. Só espero que ele não acabe de uma maneira: sem graça.