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I Hate Valentine’s Day

Sem dúvidas, as emoções, assim como apresentadores decadentes ou contadores pilantras, gostam de pegar peças conosco. Quem aqui que nunca fez coisas que não deveria por emoções baratas que envie o primeiro spam! O meu ponto é: já que são inevitáveis, que tal dar uma risada invés de desperdiçar uma lágrima por elas?
Embora este texto esteja mais de uma semana atrasado, o enfoque principal – por conta do dias dos namorados – será o líder fascista das emoções: o amor. Tema preferido de cantores sem talento, cartões de livrarias de quinta e videntes duvidosas, o amor sempre esteve, e estará, presente em nossas vidas. Mas, na real, o que é o tão falado, discutido, sentido e maltratado “amor”? Bom, definir o que “é” é bastante complicado, mas tentarei explicar o que “não é”.

Amor não é sentir frio na barriga: isso é sair de babylook no inverno. Amor é outra coisa.
Amor não é estar confuso sobre várias coisas: isso é estar bêbado. Amor é outra coisa.
Amor não é só poder ver uma pessoa: isso é ter miopia. Amor é outra coisa.
Amor não é sempre ter alguém ao seu lado: isso é ter um irmão siamês. Amor é outra coisa.
Amor não é se sentir a pessoa mais especial do mundo: isso é ser egocêntrico. Amor é outra coisa.
Amor não é se declarar a alguém: isso é pagar o imposto de renda. Amor é outra coisa.
Amor não é transformar o impossível no possível: isso é sobreviver com um salário mínimo. Amor é outra coisa.
Amor não é fazer coisas que os outros não entendem: isso é ser um idiota. Amor é outra coisa.
Amor não é fogo que arde sem se ver, nem ferida que dói e não se sente (http://migre.me/R6sU): isso é passar remédio em um machucado. Amor é outra coisa.
Amor não é fazer provas incompreensíveis: isso é estar no colégio. Amor é outra coisa.
Amor não é passar o resto da sua vida com a mesma pessoa: isso é estar na prisão perpétua. Amor é outra coisa.
Amor não é escrever um blog: isso é ser um total desocupado. Amor é outra coisa.

(Continua…)

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Ironia

Me formei na faculdade de ironia, e com deméritos.

Primeiro foi o vestibular. Mandei muitíssimo bem em todas as questões de sarcasmo, mas tomei bomba em retórica. Quem não entende retórica? Mas o que me levou ao primeiro lugar, afinal, foi minha redação. Melhor, o título da minha redação: “De Irã a Platão, do irônico ao platônico.” Não me perguntem o que isso significa, só posso afirmar que foi livremente inspirado em uma letra de funk enquanto estudava. Irônico, não?

Depois foi a faculdade. Os professores eram umas figuras. De linguagem.

O professor de humor afiado, o Sr. Cortês, foi o mais marcante. Sua língua era uma lâmina, e parecia sempre ter uma farpa para soltar. Seu cabelo, curtinho. Por ironia – não esqueçam, estava justamente na faculdade dela – foi demitido um ano após o meu ingresso. Motivo: corte de verbas.

Sr. Brown, o lecionador de humor negro, se destacava. Por ser o único professor negro, e também por ter sempre uma tirada a mão. Ou uma garota atirada na mão, ou uma tirando a mão. Infelizmente, também foi despedido. Motivo: racismo.

Já sobre a Sra. Carla Alho, professora de humor rápido, nem vou falar; ela era uma piada pronta.

Meu trabalho final foi sobre um assunto polêmico: “Galvão Bueno, ironia finíssima ou burrice infinita?”. Fui o único da minha turma a ganhar a nota máxima: RT.

Estagio, atualmente, na maior consumidora de profissionais das áreas irônicas do país: funcionário público. Surpreso? Espera o que, publicidade?

O emprego? Uma piada. O salário? Hilário.

Ah sim, não falei da formatura. Todos os outros salões não deram certo, então foi num zoológico, uma zebra. E é óbvio que a festa foi um mico. Como eu fiquei? Uma fera.

Quanto ao que está por vir eu não sei. Meu futuro é uma indireta. Só espero que ele não acabe de uma maneira: sem graça.

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